quinta-feira, 7 de maio de 2009

Carrapichana

Latitude: 40.5666667 N
Longitude: -7.4833333 W

População total - Censos 2001 (I.N.E.)
População Presente HM 259
População Residente HM 271
Famílias 114
Alojamentos 207
Edifícios 206

Eleitores 299 ( A.V.P. Abril 2009 )

Distancia à sede do concelho - 13 Km

Executivo
Presidente - João Filipe Ventura de Almeida Carvalho
Secretário - Maria José Mota Dias Garcia
Tesoureiro - Joaquim Carvalho Cardoso

Sede da Junta de Freguesia
Largo da Feira, nº 1
6360-040 Carrapichana
Tel/Fax 271776063

Email - frcarrapichana@sapo.pt

Reunião do Executivo - Terças e Quintas 19/21h

Orago - S. Lourenço

Património Cultural Edificado:
Igreja Matriz; Capela de Sto António;Cruzeiro (Calvário);Alminhas (Calvário) e (Caminho Novo);Sepulturas Antropomórficas (Cabrieiras e Moitas); Largo da Feira; Forno Comunitário

Instalações Desportivas:
Campo de Futebol (Terra Batida)

Locais de Lazer:
Salão de Festas - Também denominado "Barracão dos Burros" pois seria o sitio onde nos primórdios da feira de Carrapichana, os animais ficariam resguardados do tempo.

Colectividades:
Comissão de Melhoramentos de Carrapichana
Associação Desportiva os Carrapichanenses

Festas:
Santo António (Móvel-Próximo do dia de Sto António)
S. Lourenço (Móvel-Agosto)

Feiras:
Quinzenal - (Domingo)
Anual - (Ultimo mercado de Setembro)

Gastronomia:
Sopa de Grão à moda da feira da Carrapichana
Marrã na Frigideira
Borrego Assado

Principais Actividades Económicas:
Agricultura;Pastorícia;Restauração-Pequeno Comércio

O inicio da povoação de Carrapichana, data de meados do século XII, a sua Igreja Matriz (que na altura era uma pequena capela dedicada a S. Lourenço) foi construída entre 1648 e 1651,( o primeiro pároco foi o Pe. José Apolinário Pacheco 1654-1664), a actual Igreja Matriz (de estilo barroco tardio), foi reconstruída de 1806 a 1810 tendo adquirido a sua actual dimensão, a torre sineira, (com linha de arquitectura semelhante à da Igreja da Misericórdia da Guarda) ,assim como os capitéis cantonados superiores da fachada e os fogaréus, foram construídos em 1845/1846. Possui a Igreja Matriz cinco altares, Coração de Jesus, Nossa Sra. da Soledade, Nossa Sra. do Rosário, Senhor dos Passos e o altar-mór dedicado ao orago São Lourenço. É de salientar arquitectonicamente o Janelão, o Portal na fachada assim como toda a cúpula, como excelentes trabalhos de cantaria.
Marco importante na evolução de Carrapichana é sem margem para duvidas o seu mercado, de à séculos idos, vinham os criadores de gado a esta povoação trazer ou procurar animais no intuito de os negociarem. Uma vez por mês, em dia que se desconhece, o ritual acontecia, até aos dias de hoje . O registo mais antigo da feira conhecido (avp/09car), data de 16 de Agosto de 1709, e relata que Francisco Mendes S. após vender dois lanígeros na feira de Carrapichana, e quando se dirigia para Linhares de onde era natural e residente, foi surpreendido no Carreiro dos Venteitos por três meliantes desconhecidos do queixoso, que o assaltaram, fugindo com o produto da venda efectuada na praça. Pressupõe este relato de que a feira será anterior a esta data, e que seria exclusivamente um mercado de gado, tendo posteriormente sido alargada a venda de outros produtos, eventualmente após a concessão da franquia, não havendo registos conhecidos da mesma.
Segundo o Cadastro da População do Reino em 1527, Carrapichana tinha 65 habitantes, em 1680 na História da Diocese do Distrito da Guarda tinha 200 habitantes, em 1736 a Geografia Histórica de D.Luiz Caetano de Lima atribui a Carrapichana 248 habitantes, registando-se ainda pelos Censos de 1870, 545 habitantes, pelo de 1940, 727 habitantes e pelo de 1960, 632 habitantes.
A população começou-se a desenvolver no lugar que hoje se denomina por "Cabo", estendendo-se posteriormente até aos limites actuais.
Carrapichana foi pertença do Infante D. Pedro, filho de D. João V e mais tarde marido de D. Maria I (1717/1786).
A povoação de Carrapichana teve no século XVIII, sob a acção de fomento pombalino, culturas de sirgaria, assim como uma curiosa industria de panos de lã (bancais listrados), que se tornaram muito populares por todo o país.
Até 1855, pertenceu à comarca de Linhares, extinta nessa data.
Da pré-história chega-nos o relato da existência de uma anta no sitio do Areal, mais precisamente junto ao ribeiro que lá passa, facto que aponta para a remota permanência de povos neste local, infelizmente não se encontram vestígios desse monumento, embora, e de certeza, que se fizer uma leve pesquisa arqueológica ao terreno, o mesmo revelará espólio.
Existem ainda sepulturas antropormóficas nos lugares de Cabrieiras e Moita, revelando as mesmas a dita remota existência de povos castrejos.
Regista-se ainda que no Caminho Velho, também designado de Vale da Quelha, há uma pedra a que o povo chama Pedra da Escusa, na qual se lavravam as escrituras relativas ás arrematações de prédios procedidas pela Câmara de Linhares no termo da freguesia de Carrapichana.
Na história de Carrapichana ficará também gravado o recontro entre as tropas francesas de Massena e as tropas aliadas, recontro esse que aconteceu quando o francês, retirava de Vila Cortês onde havia estabelecido o seu quartel general em Março de 1811.
Antes desse episódio já a povoação tinha sido tomada pelas forças francesas sob o comando de Montbrum, a ocupação foi por uma noite, mas que bastou para que a população sentisse o terror por eles infligido, que alem de saquear, entretiveram-se durante toda a noite a humilhar os seus habitantes.

Toponímia:
Carrapichana - Constituindo nome ímpar, Carrapichana, conta a tradição que deve o seu nome a uma habitante de nome Ana, figura típica e bem conhecida pela localidade e lugares circunvizinhos. A Ana era conhecida pela sua voz aguda, e pela sua forte compleição física, não ficava atrás de ninguém no que toca a beber. Sendo grande apreciadora de vinho, devorava de uma só vez , qualquer copo de vinho que lhe oferecessem. Ao darem-lhe um copo de vinho a beber, os homens incentivavam-na dizendo: - Escarropicha esse copo, Ana! ( Escarropicha designa o acto sorver o resto do liquido que fica no copo, após beber). Com o passar dos tempos a localidade passou-se a designar Carrapichana, por via erudita de "Escarrapicha, Ana!''.Existe num prédio da rua da Amoreira, uma figura de pedra (carranca), que o povo chama Carrapichana, mulher que deu o nome à sua terra.

Religiosos:Calvário; Tapada da Confraria; Quelha do Senhor; Olhão das Almas; Tapada de Santa Maria
Instituições:Prazo; Chão do Alferes; Tapada do Capitão; Horta do Eirô
Zoologia:Cabrieira
Arte Militar:Chão do Castelo
Topografia:Deveza; Lage Gorda; Pedrão
Hidrografia:Gorgulacho
Moralidade Criminosa:Cabeço da Forca
Tipo:Reposteiro;Tapada da Preguiça;Alegria

Receita de Sopa de Grão à Moda da Feira da Carrapichana

Ingredientes:
Grão-de-Bico; Pernil de Porco; Presunto; Chouriço; Cebola; Azeite; Colorau; Massa de Cotovelos; Sal; Água

Modo de Preparação:
Demolha-se o grão-de-bico de véspera, para depois ser pilado. Uma vez pilado, coze-se o grão com as carnes, adicionando-se uma pitada de sal e um pouco de azeite. Quando as carnes estiverem cozidas retiram-se da panela, com algum grão, o qual, é adicionado no final da sopa. Ao grão que se encontra na panela adiciona-se-lhe água e rectifica-se de sal deixando-se ferver durante mais algum tempo. Reduz-se o grão em puré e junta-se-lhe a massa de cotovelos.
Por fim, faz-se um refogado de cebola picada, azeite e um pouco de colorau, adicionando-se ao preparado anterior, deixando-se ferver bem. No final, juntam-se as carnes que foram previamente desfiadas, assim como, o restante grão retirado da primeira cozedura.
Ao servir deverão ser acrescentadas umas folhinhas de hortelã a gosto.